Descobertas bactérias na camada mais profunda da crosta sob os oceanos


A pesquisa, publicada no periódico online PLoS ONE, mostra que um grande número de tipos de bactérias estava presente, até mesmo em temperaturas próximas à de ebulição da água.

"Este é um novo ecossistema que praticamente ninguém jamais explorou", disse Martin Fisk, da Faculdade de Ciências Oceânicas e Atmosféricas da Universidade Estadual de Oregon. "Esperávamos alguns tipos de bactéria, mas a lista de funções biológicas que ocorrem nas profundezas da Terra é surpreendente".

A crosta oceânica corresponde a cerca de 70% da superfície da Terra, e sua geologia já foi explorada até certo ponto, mas praticamente nada se sabe a respeito de sua biologia.


O leito oceânico é geralmente composto de três níveis, incluindo uma camada rasa de segmento; basalto, formado por magma solidificado; e uma camada ainda mais profunda de basalto que se resfriou mais devagar, chamada camada de gabro.

O gabro não começa até que a crosta tenha cerca de 3,5 km de espessura. Mas num ponto do Oceano Atlântico, perto de uma montanha submarina, o Maciço Atlântida, amostras foram obtidas de gabro que se localiza mais perto da superfície que o normal, Isso permitiu a primeira investigação biológica dessas rochas.

A expedição perfurou mais de 1 km na formação, até rochas que no passado estiveram em grande profundidade e que são muito antigas, e descobriram grande atividade biológica. Micróbios estavam degradando hidrocarbonetos, e alguns pareciam capazes de oxidar metano. havia ainda genes ativos no processo de fixar - isto é, extrair de um gás - tanto carbono quanto nitrogênio.

A possibilidade de micróbios das profundezas serem capazes de fixar carbono, dizem os autores do trabalho, reforça o viabilidade de se retirar dióxido de carbono da atmosfera e estocá-lo em camadas profundas do subsolo.

Os pesquisadores também sugerem que ambientes subterrâneos de Marte, onde existe metano, poderiam sustentar micróbios como os descobertos neste estudo.


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Genoma do orangotango tem 97% de coincidências com o homem, diz estudo



MADRI - Um consórcio internacional de pesquisa sequenciou o genoma do orangotango e identificou 97% de coincidências genéticas com o ser humano, segundo publicou esta semana a revista Nature.
Monkey World/Divulgação
Pesquisa é publicada esta semana na revista Nature

Cientistas do Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona (UPF-CSIC) e do Instituto de Oncologia da Universidade de Oviedo colaboraram nesse trabalho, dirigido pelo cientista Devin Locke, da Universidade de Washington em Saint Louis (EUA) e fruto da colaboração de mais de 30 laboratórios de sete países.

Os pesquisadores identificaram mais de 3 milhões de pares de bases que constituem o genoma do orangotango, animal com o qual o homem compartilhou um antepassado comum há mais de 12 milhões de anos.

Apesar das grandes coincidências genéticas dos humanos com o orangotango, "nós não somos tão parecidos com a espécie como se pensava há alguns anos", explicou Arcadi Navarro, coordenador do estudo apresentado pelos pesquisadores da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, onde ensina genética.

O cientista, que é também professor do UPF-CSIC, acrescentou que "graças às técnicas modernas foram detectadas diferenças muito importantes em certos fragmentos do genoma, e isso nos faz muito diferentes".

Esses 3% de diferenças nas zonas comuns do genoma representam cerca de 90 milhões de variantes não comuns. "Só nesses fragmentos não compartilhados poderia haver até dezenas de genes que nós temos, mas os orangotangos não, e vice-versa".

Segundo os cientistas, com a sequenciação do genoma do orangotango, ampliou-se o conhecimento genômico dos primatas vivos, entre eles o homem e o chimpanzé. Por outro lado, também já foram sequenciados os genomas dos extintos Homo neanderthalensis e Denisova hominin.

Os dados obtidos sobre o orangotango apresentam pistas para entender a evolução dos hominídeos e o processo até a aparição do Homo sapiens sapiens. Além disso, a pesquisa oferece informação sobre os mecanismos das reorganizações cromossômicas de doenças como o câncer.


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