Crescimento das cidades obriga micos a se 

adaptarem à presença do homem

Apesar de continuarem vivendo nas pequenas faixas de mata que ainda existem, eles estão cada vez mais urbanos.


COMENTÁRIO DA CONDESSA REAL:

QUEM ME DERA HEIN, UM PARCEIRO QUE VIAJE O MUNDO PRA ME ENCONTRAR.
MORRAM DE INVEJA (AAAAI QUE INVEJA).



Viçosa, Minas Gerais. Na mata da universidade federal, vai começar uma caçada. Pesquisadores montam armadilha. De um lado, a armadilha. Dentro dela, a isca: banana.
 Do outro lado, os pequenos habitantes destas árvores: os micos ou saguis. Ela assovia e o mico mexe a cabeça 
“Por que você chama assim?”, perguntou a repórter.
“Porque essa é a vocalização deles, é bem parecida. Aí normalmente eles respondem e eu vou saber onde eles estão. É mais fácil de localizar”, respondeu Flávia Queiroz, pesquisadora.
E eles entendem o chamado. Aos poucos, vão se aproximando.
Esta é uma caçada do bem. Os pesquisadores querem saber como os bichinhos estão sendo afetados pela presença humana.
Oferecendo alimento, eles vêm com facilidade. Os micos chegam até as armadilhas. Olham desconfiados. Vão se aproximando aos poucos.
“Este procedimento permite que a gente leve esse animal pro laboratório, anestesie, retire sangue, fezes, faça todo tipo de procedimento pra ver qual a situação clínica desses animais”, disse Ita Oliveira Silva, bióloga.
Em dois anos e meio de investigação, o grupo examinou 52 miquinhos. A maioria estava acima do peso. Doze tinham dentes quebrados ou cariados. Seis apresentaram falha nos pelos. E um, diabetes.
“O animal, principalmente com o dente cariado, tem dificuldade de se alimentar. Ele come insetos que muitas vezes têm uma casca mais dura. Ou ele ingere a goma e pra isso ele precisa roer a casca da árvore”, afirmou Ita.
E aí ele não se alimenta como deveria. De alimentos fornecidos pela natureza. Ele fica mais necessidade de ingerir alimentos fornecidos pelo ser humano. Que por sua vez afetam ainda mais a sua saúde. É uma bola de neve.
Não teve jeito. Com o crescimento das cidades os animaizinhos tiveram que se adaptar à presença dos homens, aos nossos costumes. Apesar de continuarem vivendo nas pequenas faixas de mata que ainda existem, eles estão cada vez mais urbanos.
Nos prédios da universidade, aparecem sempre.
“São uns sete ou nove. Sempre os mesmos”, contou João Lopes Farias, pedreiro.
Nas casas e ruas próximas, os moradores oferecem comida. O pequeno Ravi alimenta e faz carinho no mico. E o pai, também. É um costume da família.
“Eles estão vindo aqui direto. Meu pai começou a dar comida pra eles aqui e eles estão vindo todos os dias”, disse Frederico Augusto Alves Miranda, zootecnista.
Mas isto não é bom. Os pesquisadores conseguiram flagrar situações graves como esta. Os bichinhos tomando achocolatado.
O cardápio natural deles são cigarras, frutos, folhas e gomas de árvore.
A presença humana também mudou a espécie de macaquinhos que vive. Eles são uma mistura de mico estrela com sagui da cara branca, provavelmente trazidos por viajantes de outras regiões. Os micos nativos desta mata não são mais encontrados.
“Localmente, acreditamos que essa espécie esteja extinta. E os que residem aqui hoje estão se misturando. É a cara do Brasil”, afirmou Ita.
Na volta à natureza, votos de vida longa. Que a interferência humana seja branda na saúde e no bem estar deles.
Fonte: www.globo.com/globoreporter





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